quinta-feira, 4 de agosto de 2022

La Pasajera/The Passenger (2021)


Uma mulher que surge como uma força fantasmagórica na abertura de La Pasajera, dá um fim macabro a um casal de turistas. Realizado pela dupla de diretores, Raúl Cerezo e Fernando González Gómez, essa produção espanhola premiada no Festival de Canarias Isla Calavera, que indica inicialmente uma típica história sobrenatural de estrada é um excessivo, mas divertido filme de gênero ao mesclar comédia, ficção-científica e horror.


A ação gira em torno da van de Blasco (Ramiro Blas), um quarentão que já teve seus dias de glória, que não consegue calar a boca, e suas três passageiras, Mariela (Paula Gallega), Lidia (Christina Álcazar) e a filha adolescente, a rebelde Marta (Paula Gallego). O jeito de machão à moda antiga de Blasco causa atritos as mulheres, mas também conquista a afeição da garota, por compartilharem cicatrizes do passado. Marta vive sob uma conflituosa relação com a mãe, protetora e preocupada. As motivações para os personagens estarem ali são mínimas, os argumentos são poucos mas ainda sustentáveis pelo roteiro de Luis-Sánchez Polack, mas não importa, quando durante um momento de exaltação o motorista bate com o carro numa mulher no meio da pista, o caos acelera a partida. Lidia e Blasco entram em discussão, enquanto Mariela cuida da desconhecida inconsciente, que aos poucos manifesta ações que dão início ao puro horror, os forçando a entrarem numa corrida pela sobrevivência noite adentro.


Remetendo a cults como A Noite dos Arrepios (1986), La Pasajera passa por uma alteração drástica, com momentos de nojeira e body horror com o desdobramento narrativo em torno da origem da passageira ferida. Entregar mais explicações a cerca disso seria errado, mas é uma revelação divertida mesmo que pareça deslocada do que se pensou na abertura. É um trabalho competente feito por amantes do trash e produções B, com excessos no humor caricatural, e na finalização, mas que ainda garantem um passatempo descomprometido.

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