terça-feira, 24 de maio de 2022

Os hypes do Cannes 2022


Na última terça (17/05), começou o maior evento de cinema de sempre, a 75⁰ Edição do Festival de Cannes na França. Muito badalado, e voltando cheio de polêmicas, que já começa na escolha simbólica do pôster da cena que Truman deslumbra com a parede da realidade em O Show de Truman (1998), a participação por video conferência na abertura do atual presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky que vai ser eternizado com o seu discurso, mencionando Chaplin e tudo mais. Isso antes de iniciarem a sessão de Coupez/Final Cut, o remake de One Cut of the Dead (2017), que desde que o diretor, Michel Hazanavicius o retirou da programação no Festival de Sundance, é seguido de má fama. Algumas reações de uma exibição anterior exclusiva para críticos e jornalistas, já havia sido mega negativa, mas agora está cheio de reviews favoráveis, meio que provando que todo buzz negativo era gratuito e insustentável.


A exibição de Crimes of the Future, o maior título entre os competidores pela Palma de Ouro quase foi ofuscada pelos comentários de Viggo Mortensen à respeito do vencedor do ano anterior, Titane. Soando mega errôneo devido às comparações com o grande filme do Cronenberg, Crash - Estranhos Prazeres (1996). Mas deixando todo esse blá blá blá de lado, vamos ao que (me) interessa da seleção esse ano:

Triangle of Sadness (dir. Ruben Östlund) (Seleção Oficial)


Após a vitória divisiva em 2017 com The Square - A Arte da Discórdia, Östlund parece estar disposto a vencer mais uma Palma de Ouro nessa sua comédia sobre um cruzeiro onde exibe merda, vômito e Woody Harrelson, tendo a exibição mais comentada desta edição até aqui com 8 minutos de ovacionamento. 

Sick of Myself/Syk Pike (dir. Kristoffer Borgli) (Un Certain Regard)


Tchaikovsky's Wife (dir. Kirill Serebrennikov) (Seleção Oficial)


Piotr Ilitch Tchaikovski, o grande compositor russo teve desejos homossexuais, e isso virá à público pela primeira vez sob a direção de Kirill Serebrennikov, hoje exilado de sua pátria mãe, e que deve permanecer com todos os motivos para não retomar à ela após seu novo polêmico filme.

Mariupolis 2 (dir. Mantas Kvedaravičius e Hanna Bilobrova)

Vindo com o buzz e a comoção em torno da morte do diretor lituânio, Kvedaravičius na Ucrânia durante o mês passado, seu documentário que continua o registro o mais novo capítulo moderno da guerra ucraniana já é um dos títulos mais importantes politicamente do evento. A contradição no entanto, esteve no nítido descontentamento da equipe do filme e a diretora, e noiva do falecido, Hanna Bibrovas com a exibição das performances aéreas pela French Air Force por conta de Top Gun: Maverick.

Ha-Hin/Eo (dir. Jerzy Skolimowski) (Seleção Oficial)


A Grande Testemunha (1966) de Robert Bresson onde o burro Balthazar era o grande elo narrativo para os acontecimentos em uma vila, segundo o próprio polonês Skolimowski foi o único filme que o fez derramar lágrimas, que após o mal sucedido 11 Minutes (2015), retorna agora com este filme que é uma espécie de sequência ou nova versão espiritual sobre o pobre jumentinho.

Pacifiction/Tourment sur les îles (dir. Albert Serra) (Seleção Oficial)


Holy Spider (dir. Ali Abbasi) (Seleção Oficial)


Com uma abertura fervorosa com um protesto feminista contra o feminicídio, o novo filme de Ali Abbasi, sobre um serial killer de prostitutas é um dos thrillers mais empolgantes desta nova edição do evento.

Scarlet/L'envol (dir. Pietro Marcello) (Quinzena dos Realizadores)


Smoker's Cough/Fumer fait tousser (dir. Quentin Dupieux) (Exibições da Meia Noite)


Nostalgia (dir. Mario Martone) (Seleção Oficial)


Three Thousand Years of Longing (dir. George Miller) (Fora de Competição)


Recontando o mito do gênio da lâmpada com Idris Elba e Tilda Swinton, o projeto novo de Miller já seria suficientemente atrativo, embora as reviews deste agora façam parecer que não o acompanharam com a mesma empolgação, mas ninguém contava de na abertura uma protestante seminua roubar a atenção por uns minutos, sacudindo um pouco aquele dia de exibição. 

How to Save a Dead Friend (dir. Marusya Syroechkovskaya)


R.M.N (dir. Christian Mungiu) (Seleção Ofiical)


Close (dir. Lukas Dhont) (Seleção Oficial)


Corsage (dir. Marie Kreutzer) (Un Certain Regard)


Tori and Lokita (dir. Jean Pierre e Luc Dardenne) (Seleção Oficial)


The Eight Mountains/Le otto montagne (dir. Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen) (Seleção Oficial)

Butterfly Vision/Бачення метелика (dir. Maksym Nakonechnyi) (Un Certain Regard)


Drama sobre a prisão de uma mulher ucraniana envolvida na linha de frente contra as forças russas separatistas no conflito de Donbass em 2014, é outro dos títulos ucranianos relevantes e controversos politicamente do festival.

Crimes do Futuro/Crimes of the Future (dir. David Cronenberg) (Seleção Oficial)


Ontem (23/05), o tão aguardado título do Cronenberg foi exibido, e as reações em torno das vísceras, o sexo com cortes cirúrgicos e a autopsia de uma criança não poderiam ser mais divisivas, causando saídas no meio do filme e sete minutos de ovacionamento para o canadense.

Leilrs Brothers (dir. Saeed Roustayi) (Seleção Oficial)


A Male/Un varón (dir. Fernando Hernandez) (Quinzena dos Realizadores)


One Fine Morning/Un beau matin (dir. Mia Hansen-Løve) (Quinzena dos Realizadores)


As Bestas/The Beast (dir. Rodrigo Sorogoyen) (Cannes Premiere)


Godland/Vanskabte Land (dir. Hlynur Pálmason)


Our Brothers/Nos Frangins (dir. Rachid Bouchared)

Restos do Vento (dir. Tiago Guedes)


Moonage Daydream (dir. Brett Morgen) (Exibições da Meia-Noite)


Brett Morgen, o cara por trás do doc mais aclamado sobre o Kurt Cobain há 10 anos, está de volta dessa vez prometendo uma experiência como nenhuma outra para retratar David Bowie.

All the People I'll Never Be/Retour à Séoul (dir. Davy Chou) (Un Certain Regard)


The Blue Caftan/Le Bleu du Caftan (dir. Maryam Touzani) (Un Certain Regard)


Joyland (dir. Saim Sadiq) (Un Certain Regard)


Fogo-fátuo (dir. João Pedro Rodrigues)


O polêmico cineasta português, realizador dos surreais e eróticos O Fantasma (2001) e O Ornitológo (2016), está de volta com esta fantasia musical.

More Than Ever/Plus que jamais (dir. Emily Atef) (Un Certain Regard)


Mediterranean Fever (dir. Maha Haj) (Un Certain Regard)

Silent Twins (dir. Agnieszka Smoczyńska) (Un Certain Regard)

War Pony (dir. Riley Keough e Gina Gammell) (Un Certain Regard)


Parece que após partipar de Docinho da América (2016), a neta do Elvis, Riley Keough se tornou uma discípula de Andrea Arnold e agora apresenta seu primeiro filme como diretora reunindo não-atores neste drama.

Aftersun (dir. Charlotte Wells) (Semana Internacional dos Críticos)


O filme com o Paul Mescal que tá roubando os holofotes, já tendo conseguido assinaturas com a MUBI e a A24 na distribuição internacional e diversas reviews que até o elegeram como uma obra-prima.

God's Creatures (dir. Anna Rose Holmer e Saela Davis) (Quinzena dos Realizadores)

Enys Men (dir. Mark Jenkin) (Quinzena dos Realizadores)

The Five Devils/Le cinq diables (dir. Léa Mysius)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

2022 em 222 Filmes

Não é possível singularizar o cinema, sendo um vasto campo de linguagem visual e sonora. Pode ser um refúgio, quando não queremos nos inteir...