terça-feira, 1 de novembro de 2022

Significant Other (2022)


O temor pelo desconhecido habitável no outro semelhante, de forma tanto psicológica, como literal, é o combustível para a dupla de diretores, formada por Robert Olsen e Dan Berk (de Staķe Land II, 2016) em Significant Other, um produto com selo original do streaming dos estúdios Paramount. A escolha do título vem de um termo com interpretações que variam na língua inglesa, e não por acaso, a narrativa se resume em um jogo dúbio entre os personagens. 



O acampamento planejado por Ruth (Maika Monroe) e Harry (Jake Lacy), como um final de semana romântico na natureza, está prestes a ser arruinado, com o prenúncio do avistamento de uma estranha forma de cometa no céu, na abertura. Seguindo o curso por entre a mata fechada, primeiro vemos aos poucos a relação do casal ser abalada, por inseguranças e questões pessoais mal resolvidas, para então depois começamos a ver que não se trata de apenas um conflito aparente, mas que existe algo de muito errado se manifestando entre os dois, e então a paranóia é instalada. A direção se diverte em brincar com a estrutura, primeiro estabelecendo o campo dramático, trabalhando em ritmo sóbrio e devagar a interação entre eles, para então dar rumo a uma guinada absurda e completamente diferente, que acaba por ser muito bem-vinda, assumindo a identidade de horror.

Maika Monroe é um dos principais rostos do novo cinema independente, e tendo já trabalhado com a dupla de diretores anteriormente em Villains (2019), confiou no projeto a ponto de também financiá-lo como produtora. A atriz possui um apelo expressivo tremendo, que os dois seguem aproveitando, e se divertem, primeiro imitando o tipo de cinema que ela costuma estrelar, para então pouco a pouco, se demonstrar rapidamente ousado como um filme B de ficção científica. Dando continuidade ao que grandes exemplares do gênero, como O Enigma de Outro Mundo (1982), e Vampiros de Almas (1956) iniciaram.


Com falsas pistas e momentos de pura galhofa inesperada, os twists são acompanhados pela sagacidade da presença de Jake Lacy, que se diverte no papel deixando de ser um bobo sofredor pela amada, para se tornar um dos vilões mais carismáticos do ano. E com momentos de humor corporal impagáveis. Embarcar ou não, fica sempre cargo do telespectador, mas de forma despretensiosa é uma boa e curta surpresa.

Confira o Filme + Legenda

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